Em uma entrevista concedida à revista japonesa, natalie, o diretor chefe e representante, Eiji Inomoto, revelou o que o motivou a abrir seu próprio estúdio, o Orange (Beastars), dedicado a produzir animações em CGI, e os problemas que ele e a sua equipe enfrentaram no início.
O diretor iniciou a carreira em 1999, como freelancer de CGI, onde estava envolvido no projeto do anime “Zoids”, anime de ficção científica que se tornou grande sucesso no Japão, e no anime “Ghost in the Shell: Stand Alone Complex (2002). Para Inomoto, essas foram as suas inspirações para novas ideias relacionadas à animação em computação gráfica.
Foto: natalie
Com a demanda pela animação em CGI crescendo em 2004, Eiji estava com receio de fundar seu estúdio com o foco nessas animações, mas decidiu seguir em frente com uma equipe pequena.
"Naquela época, havia uma demanda crescente por CG na indústria de anime do ponto de vista de compensar partes que eram difíceis de processar no desenho. Com uma situação tão instável, eu honestamente não sabia se uma produtora de CG seria capaz de continuar a gerar lucros."
A partir de 2005, o estúdio Orange começou como produção terceirizada em animes, contratados pelos estúdios Statelight (Aquarion) e Kinema Citrus (The Rising of the Shield Hero). Somente em 2017, após muito tempo, o estúdio Orange foi selecionado para produzir seu primeiro anime, o que significa que ficaram responsáveis por tudo, desde roteiro e storyboard à animação. O primeiro trabalho da equipe de Inomoto era o anime “Land of the Lustrous” (Houseki no Kuni).
Land of the Lustrous, 2017. Imagem: Reprodução
Após concluir o trabalho, Inomoto revelou ter feito o anime "com o intuito de que os fãs abraçassem o CGI”.
"Fiz esse trabalho com a ideia de que queria que os fãs de anime abraçassem o CGI, e foi ótimo que esse trabalho finalmente tenha alcançado esse objetivo. Até então, robôs e outros dispositivos eram bem-sucedidos, mas em Land of the Lustrous, personagens bem desenhados em CGI foram bem recebidos."
Com isso, o estúdio foi contratado para outras animações, como “Beastars” (2019) e “Trigun Stampede” (2023), onde revelou ter esperado mais críticas ao CGI, o que aconteceu, mas viu o anime “terminando com uma nota melhor do que esperava”.
"Criamos o Trigun Stampede antecipando que haveria reações negativas (...) Na verdade, houve algumas pessoas que disseram isso nos primeiros dias da transmissão, mas a o anime terminou com uma nota muito melhor do que eu esperava."
Trigun Stampede, 2023. Imagem: Reprodução
Beastars, 2019. Imagem: Reprodução
Atualmente, o estúdio Orange está empenhada em produzir a última temporada de "Beastars", além de estar desenvolvendo um novo anime, com foco em eventos históricos e considerado "um novo desafio" para a sua equipe. Eiji finalizou a entrevista otimista, esperando que mais pessoas aceitem o CGI após os projetos futuros do estúdio.