Quando "Fullmetal Alchemist: Brotherhood" estreou em 2009, muitos já conheciam um pouco da história, mas poucos poderiam prever o impacto que uma nova adaptação em anime teria. Baseado no mangá de mesmo nome criado por Hiromu Arakawa, 15 anos após seu lançamento, a história continua a ser uma obra-prima intemporal que transcende gerações.
A série é conhecida por sua narrativa rica e multifacetada, que equilibra perfeitamente momentos de ação emocionante com reflexões filosóficas sobre a moralidade, o sacrifício e a natureza humana. Ok, isso tudo é bem legal, mas por quê "Fullmetal Alchemist: Brotherhood" é um remake?
O mangá de "Fullmetal Alchemist" começou a ser publicado em 2001 pela Square Enix, na revista Monthly Shōnen Gangan, totalizando 27 volumes. Como todo mangá de sucesso, a história logo foi adaptada para o anime. Sua influência se estende além do anime e do mangá, inspirando uma série de adaptações para outros formatos, incluindo filmes, jogos de videogame e spin-offs.
Fonte: Divulgação/JBC
A primeira adaptação estreou no Japão em 4 de outubro de 2003 e foi transmitida no Brasil em 2005 pela Animax, na TV por assinatura, e em 2006 pela RedeTV, na TV aberta. Com o tempo, o anime alcançou o material original do mangá - que ainda estava sendo lançado - e não havia mais conteúdo para ser adaptado.
Diante dessa situação, surgiram duas opções: interromper a produção do anime por um tempo ou criar uma história diferente do mangá para finalizar a série animada - e foi essa a opção escolhida. Com as divergências entre as narrativas das duas mídias - anime e mangá -, tornou-se necessária uma nova adaptação, e, felizmente, "Fullmetal Alchemist" recebeu uma.
Fonte: Divulgação/Bones
Existem muitas coisas a se falar sobre “Fullmetal Alchemist: Brotherhood”, mas por que não começarmos pela história? Afinal, a obra conta a história dos irmãos Edward e Alphonse Elric, que, após uma tentativa fracassada de reviver sua mãe usando alquimia. Como resultado, Edward perdeu dois membros e a alma de Alphonse foi presa em uma armadura. Para recuperar os seus corpos, os dois embarcam em uma jornada a fim de encontrar a Pedra Filosofal. A narrativa os leva a confrontar um exército corrupto, segredos sombrios e a verdadeira natureza da alquimia.
O primeiro anúncio do anime aconteceu no 20º volume do mangá, onde foi anunciado que uma segunda série de anime baseada em "Fullmetal Alchemist" estava sendo produzida. O anime estreou no dia 5 de abril de 2009, MBS-TBS, com o último episódio sendo exibido em 4 de julho de 2010. O anime foi produzido no estúdio Bones, com direção de Yasuhiro Irie (Cowboy Bebop; Soul Eater). A série adapta todos os 27 volumes do mangá (a primeira versão adaptava apenas 17 volumes), em um total de 64 episódios.
Desde o seu lançamento, "Fullmetal Alchemist: Brotherhood" conquistou uma base de fãs dedicada em todo o mundo. Não à toa, a série perdurou durante anos no top 1 do MyAnimeList, até ser desbancado por “Frieren e a Jornada para o Além”.
A série foi elogiada por sua representação de temas universais, como a busca pelo conhecimento, a luta contra o poder corrupto e a importância da família e da amizade. Estes temas são constantes em um mundo mutável como o nosso, garantindo que a história permaneça relevante nos dias atuais. Sua capacidade de tocar os corações e desafiar as mentes dos espectadores é um testemunho de seu poder duradouro e de sua importância no cenário da animação japonesa.
Fonte: Divulgação/Bones
A diversidade entre os personagens é notória. O mundo representado em “Fullmetal Alchemist” se inspira esteticamente na Alemanha, com os personagens principais sendo de Amestris . Alguns outros personagens possuem características de outros países, como Rússia, China e França. No geral, são etnias diferentes - o personagem Ling Yao, por exemplo, é um dos herdeiros do trono Império de Xing, uma nação inspirada em países da Ásia. Além disso, as personagens femininas fogem dos clássicos estereótipos, sendo apresentadas como mecânicas, generais, mestres marciais e outras posições de destaque - isto talvez se deva ao fato da criadora da história ser uma mulher.
Fonte: Divulgação/Bones
A intenção deste texto não é apresentar spoilers ou destrinchar cada aspecto narrativo, mas relembrar uma obra que marcou os fãs de anime espalhados pelo mundo. Se você leu até aqui e ainda não assistiu a série, recomendo que assista. Eu garanto que não irá se arrepender. E se você já assistiu, não se esqueça do que aconteceu no dia 3 de outubro.
Fonte: Divulgação/Bones
À medida que celebramos os 15 anos de "Fullmetal Alchemist: Brotherhood", é evidente que esta série não é apenas uma obra-prima do anime, mas também um marco cultural que continuará a ser apreciado por muitos anos.
Se “Fullmetal Alchemist” possui uma história única e marcante, sua mangaká não poderia ser diferente. Nascida em Hokkaido, Hiromu Arakawa tem o costume de se retratar como uma vaca de óculos, pois foi criada em uma fazenda de gado leiteiro.
Seu nome real é Hiromi, mas ela adotou Hiromu, um nome masculino, logo no início de sua carreira como um pseudônimo. Essa escolha foi feita porque ela não queria que seu trabalho fosse desconsiderado desde o início apenas por ser mulher, devido ao enorme preconceito que autoras femininas enfrentam no mercado.
Sua aparência real é um mistério, já que nunca foi divulgada uma foto oficial dela - sua única aparição na TV foi utilizando uma máscara de vaca. A mulher comumente associada à imagem de Hiromi é, na verdade, Romi Park, a voz original de Edward Elric, que comparece a eventos e comemorações do anime para representar a autora.